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A cóclea tem uma capacidade excecional para analisar o som, tanto em frequência como em intensidade.
Nos seres humanos, permite ouvir sons de 20 Hz a 20.000 Hz (umas 10 oitavas) com um poder de discriminação de 1/230 de oitava (= 3 Hz a 1000 Hz).
A 1000 Hz, a nossa cóclea pode codificar pressões acústicas de som compreendidas entre 0 dB SPL (2 x 10-5 Pa) y 120 dB SPL (20 Pa).
Transferencia da vibração sonora do meio aéreo aos fluidos e estruturas cocleares
Quando a pressão sonora se transmite aos fluidos do ouvido interno através do estribo, a onda de pressão vai deformar a membrana basilar num local concreto que é dependente da frequência do referido som. As frequências agudas (altas) actuam sobre a membrana basilar da base da cóclea e as frequências graves (baixas) sobre sobre a região apical. Esta distribuição de frequências denomina-se tonotopia coclear.
Aguda: 10kHz
Grave: 1kHz
Animaçãos de S. Blatrix concebida por G. Rebillard
Distribução de frequências ao longo da membrana basilar da cóclea humana: tonotopia passiva
Algumas frequências características (em kHz) são representadas na imagem ao lado. Observe como aumenta progressivamente a largura da membrana basilar desde a base (20 kHz) até ao ápice (20 Hz).
Historia dos estudos sobre a codificação de frequências
Ao longo da historia desenvolveram-se muitas teorias para explicar este fenómeno.
Ressonância
Em meados do século XIX, Ludvig von Helmholtz propôs a hipótese de que ao longo da membrana basilar deveriam existir uma série de sensores sintonizados para as diferentes frequências audíveis. A sua hipótese implicava os pilares de Corti, e ainda um sistema de fibras tencionadas sobre a membrana basilar como as cordas dum piano.
É preciso lembrar que, durante décadas, esta hipótese esteve eclipsada pela da onda viajante mas hoje foi a ser retomada apesar de uma outra forma. Atualmente, muitos peritos em acústica consideram que o modelo físico-acústico mais aproximado à realidade poderia estar baseado num sistema de ressoadores, ou melhor, de osciladores sintonizados em frequência (os CEC) que poderiam ser regulados pelo sistema nervoso central (inervação eferente medial).
Mecanismo ativo
A Teoria da Onda Viajante, e a sua filtragem mecânica de frequências, rapidamente se tornou insuficiente para explicar a excelente capacidade de discriminação de frequências que se processa na cóclea.
Na década de 1960, Johnstone y Boyle demonstraram, pela primeira vez, que num animal vivo a vibração da membrana basilar era mais ampla que a que mostrava a teoria de Békésy e, para além disso, que afetava um segmento da membrana basilar muito mais pequeno. Esta descoberta permitiu explicar a selectividade de frequência da cóclea. Hoje em dia sabemos que a diferença entre as observações de Békésy as de Johnstone se devem a mecanismos biológicos ativos que modificam as vibrações da membrana basilar nos seres vivos. (Ver: os mecanismos ativos das CCEs).
Para um som de frequência pura, o mecanismo activo amplifica a vibração (aprox. +50 dB) da membrana basilar (o que aumenta a sensibilidade da cóclea) numa porção muito estreita do órgão de Corti. Duas frequências muito próximas podem, portanto, ativar duas áreas distintas da cóclea, o que permite distingui-las uma da outra (selectividade em frequência). Esta selectividade frequencial (sintonização) depende diretamente das propriedades de electromotilidade das CCEs, e foi demonstrado que corresponde à selectividade frequencial das fibras do nervo auditivo às quais chega através duma transmissão muito precisa realizada pelas CCIs.
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