Células ciliadas internas (CCI): generalidades
Autores: Rémy Pujol
Ayuda a la realización: Marc Lenoir, Nuno Trigueiros-Cunha
As células ciliadas internas ou CCI, são as verdadeiras células sensoriais da cóclea. Dispostas numa única fiada do lado interno do túnel interno (de Corti), elas são contactadas com a quase totalidade dos neurónios de tipo I cujos axónios constituem 95% do nervo auditivo. São as CCI que asseguram a transducção. Uma cóclea humana possui 3000 a 3500 CCI.
Esquema duma célula ciliada interna (CCI)

Este esquema representa uma CCI e o seu complexo sináptico (terminação duma fibra auditiva e de uma terminação eferente lateral).
Por cada CCI existem uma dezena de complexos sinápticos.
Note que contrariamente às CCEs, o núcleo tem posição mediana e a membrana celular tem estrutura clássica.
Structura da una CCI (MET)

M Lenoir
A CCI (aqui da coclea dum rato) envolvida pelas suas duas células suporte (citoplasma mais claro), apoia-se sobre o face interna do pilar do tunel espiral . Ela apresenta un nucleo em posicao central e a sua base esta envolvida pelos botões dendríticos aferentes dos neurónios auditivos tipo I ( cinzento mais escuro) que penetram no orgao espiral pela habenula perforata.

M Lenoir
Vários botões dendríticos aferentes (setas) de fibras auditivas contactam a base duma CCI. Em média cada CCI está em contacto sináptico com uma dezena de botões sinápticos, cada um proveniente de uma célula ganglionar de tipo I distinta.
Contudo este número varia com a posição tonotópica da CCI, havendo mais contactos na região das melhores frequências (1 a 3kHz no homem). Por exemplo, na “fóvea” coclear do morcego (zona que codifica a frequência dos ecos) existem 50 botões sinápticos por cada CCI.
Complexo sináptico na base das CCI

O complexo sináptico na base das CCI compõe-se:
-Duma sinapse aferente entre a CCI (i) e o botão sináptico dum neurónio de tipo I (a). A seta vermelha aponta o corpo pré-sináptico.
-Duma sinapse (seta amarela) entre a terminação vesiculada duma fibra eferente lateral (setas verdes) e o botão aferente (a)
Escala: 350 nm

Esta sinapse, entre a CCI (i) e a fibra aferente (a), caracteriza-se pela presença de um corpo pré-sinaptico (seta vermelha) envolvido por vesículas contendo o neurotransmissor. As setas rosa apontam os espessamentos pré e pós-sinápticos das membranas celulares. A seta azul aponta uma vesícula de endocitose pré-sináptica.
Escala: 200nm

Uma fibra aferente (a) que se afasta duma CCI estabelece contacto com 3 terminações eferentes vesiculadas (asterisco). Esta imagem é característica da importância do controlo eferente sobre a atividade das fibras auditivas.
Foi demonstrado o efeito protetor da dopamine, um dos neutransmissores eferentes, contra a excitotoxicidade do glutamate (ver Fisiologia)

Une fibre afférente (a) qui vient de quitter la CCI et est contactée par 3 terminaisons efférentes vésiculées (astérisques).
Cette image est caractéristique de l’importance de ce contrôle efférent sur l’activité des fibres auditives. Un rôle protecteur (contre l’excitotoxicité du glutamate, voir ” Physiologie“) a été démontré avec l’un des neurotransmetteurs efférents : la dopamine.