coclea
Autores: Guy Rebillard, Rémy Pujol, Marc Lenoir
Ayuda a la realización: Nuno Trigueiros-Cunha
A cóclea ou caracol representa a parte auditiva do ouvido interno, localizado no osso temporal. É ao enrrolamento em espiral desta estrutura, semelhante à concha dum caracol, que está na origem do seu nome.
A cóclea comunica com o ouvido médio através de dois orifícios fechados por membranas: A janela do vestíbulo ( oval) localizada junto à base da rampa vestibular e sobre a qual se articula o estribo (ver ouvido médio) e a janela coclear ou redonda que limita a base da rampa timpânica e que serve escape de pressão.
Estrutura da cóclea
Da cóclea ao órgão espiral(de Corti)
Por zooms sucessivos observamos:
- Um corte transversal da cóclea,
- O órgão espiral (de Corti)
- A célula ciliada, onde se origina a mensagem nervosa auditiva e uma fibra do nervo auditivo (VIII par) que transporta a mensagem para o cérebro.
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A cóclea é constituida por 3 canalículos enrrolados em torno dum eixo ósseo, o modíolo. estes canalículos são: a rampa timpânica (3), a rampa vestibular (2) e o canal coclear (1). A rampa timpânica e a rampa vestibular estão cheias de périfnfa (azul) e comunicam entre si por um pequeno orifício localizado no àpex da cóclea e designado helicotrema.
O canal coclear, de forma triangular, situa-se entre as rampas vestibular e timpânica e contém endolinfa (verde).Entre o canal coclear e a rampa timpânica situa-se o órgão espiral (de Corti).
Os elementos nervosos (representados a amarelo no esquema) são o gânglio espiral (coclear) (4) e nervo auditivo (5) no centro do modíolo.
Para ver os pormenores, veja abaixo o corte duma só volta da cóclea.
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Corte transversal do canal coclear (esquema).
O canal coclear, cheio de endolinfa (verde), é delimitado pela lâmina reticular que recobre o órgão espiral (de Corti), pela membrana vestibular (de Reissner) (2), do lado da rampa do mesmo nome e pela parede lateral (3), constituida pela estria vascular colocada sobre o ligamento espiral. O órgão espiral (de Corti) repousa sobre a membrana basilar. O gânglio espiral e as fibras nervosas são reprensentadas a amarelo.
Nota: Para compreender corretamente o funcionamento das células ciliadas (explanado mais à frente), deve ter presente que os cílios destas células estão banhados pela endolinfa enquanto toda a restante célula é banhada pela périlinfa. No esquema acima, a estanquicidade do compartimento endolinfático, devida a “tight-junctions” ligando as diferentes células entre si, está realçada neste esquema por uma linha vermelha.
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Corte transversal da 3ª espira duma cóclea de rato.
A membrana tectória (1) é uma membrana acelular (glicoproteínas, proteoglicanos e colagénio) secretada pelas células do limbo espiral, que serve de massa de inércia sobre os cílios. Nesta imagem encontra-se destacada das células ciliadas (2) por um artefacto da preparação histológica. A lâmina espiral óssea (3) contém fibras nervosas, particularmente os axónios periféricos mielinizados dos neurónios ganglionares (em baixo à direita).
Escala: 50 µm
Espiral coclear: microscopia eletrónica de varrimento (MEV).
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Uma cóclea de rato foi dissecada: a cápsula óssea, a estria vascular e a membrana tectória foram removidas, permitindo visualizar as três espiras da membrana basilar sobre a qual se encontra o órgão espiral (de Corti).
A MEV permite observar a superfície das células ciliadas e a organização dos seus tufos de cílios.
Veja, abaixo a maior ampliação, a superfície das células ciliadas da base e do àpice da cóclea (zonas delimitadas a verde)
Escala: 2 mm
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Organização das células ciliadas na base da cóclea.
Vista de superfície das células ciliadas internas (fiada de cima) e externas (3 fiadas de baixo) separadas pelos pilares. Por baixo das CCE, uma fratura permite ver os pilares e as células de Deiters.
Escala: 15 µm