Cóclea

Os métodos objectivos de avaliação da função coclear baseiam-se no registo dos potenciais do receptor e nos potenciais do nervo auditivo. Estes métodos serviram de base à descoberta da fisiologia coclear e muitos deles estão reservados apenas para a investigação experimental. No entanto, os registo do potencial global de janela coclear (redonda) tornou-se um teste utilizado na clínica, a electrococleografia.
 As otoemissões acústicas são apresentadas numa página específica.

Os potenciais cocleares

Os potenciais cocleares são de 2 tipos: os potenciais unitários directamente registados a nível duma célula sensorial ou fibra nervosa, e os potenciais globais, registados à distancia, refletindo a actividade de várias células.

Potenciais unitários

Os potenciais unitários das células sensoriais são também chamados potenciais de receptor. Estes potenciais são registados utilizando eléctrodos colocados directamente dentro da célula (registo intracelular).

Os potenciais unitários dos neurónios auditivos primários podem ser registados a nível dos dendritos, do corpo celular situado no gânglio espiral, ou a nível das fibras do nervo auditivo (axónio).

Os potenciais de receptor de las células ciliadas

Os potenciais de receptor de las células ciliadas

Exemplo de registro dentro duma CCI (Adaptado de Russell et al.)

A resposta de uma célula ciliada à estimulação acústica (representada na figura anexa) apresenta dois componentes: um componente contínuo, representando o conjunto da estimulação acústica e um componente alterno, sobreposto sobre o componente contínuo, correspondente à frequência do som puro.

Para as frequências agudas (5kHz), só o componente contínuo é visível, enquanto que, para frequências graves (1kHz) o componente alterno é mais importante que o componente contínuo.

Os potenciais de acção unitários das fibras do nervo auditivo

Os potenciais de acção unitários das fibras

Uma estimulação sonora (bust tonal) desencadeia um aumento do número de potenciais de acção unitários na fibra do nervo auditivo. Este aumento da taxa de descarga, sincronizada com a estimulação, é chamada actividade evocada. A presença de potenciais de acção durante os períodos de silêncio reflete a actividade basal da fibra, chamada actividade espontânea.

Os potenciais cocleares globais

O registo dos potenciais cocleares globais designa-se eléctrococleografia (Ecog).

Esta técnica consiste na colocação, por via transtimpânica, sob anestesia local, dum eléctrodo sobre o promontório (próximo da janela coclear).

Potenciais cocleares globais

Os potenciais cocleares globais obtidos em resposta a uma estimulação sonora (aqui 8kHz) apresentam-se como um sinal complexo. A utilização de filtros apropriados permite extrair os vários componentes correspondentes às diversas estruturas implicadas na mecanotransdução e transmissão da informação auditiva.

Á saída dum filtro passa banda pode-se isolar o potenciais potencial de acção composto, o potencial de somação e o potencial microfónico.

Potencial de acção composto (PAC) e potencial de somação (PS)

Imagem representando o potencial de acção composto (PAC) e o potencial de somação (PS). O PAC, cuja amplitude se mede entre N1 e P1, representa a actividade sincronizada do conjunto das fibras do nervo auditivo. O PS reflete o componente contínuo dos potenciais dos receptores, sendo gerado principalmente das CCIs.

Potencial microfónico

Imagem ilustrando o potencial microfónico. Note que reproduz fielmente a estimulação sonora. Este potencial é o reflexo à distancia do componente alterno dos potenciais dos receptors, sendo gerado essencialmente pelas CCEs.

Otoemissões acústicas

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Última atualização: 2017/08/01 20:55